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The Crossroads Collective (Brasil)

artigo.

Transformando Conflitos em Oportunidades: Insights do SXSW 2024 com William Ury e The Crossroads Collective

Autor: Valéria Lapa
15 de março de 2024
SWSW

Qual a relação desta foto de nosso fundador Cameron Cross com William Ury, uma dos palestrantes mais comentados do SXSW 2024?

Ambos concordam que o grande desafio do mundo interior e do exterior é lidar com nós mesmos! Pausas e silêncios nos impedem de reagir sem pensar. Seja em frente a uma árvore centenária ou diante de uma mesa com computador, a comunicação intrapessoal pode ser a solução para alguns conflitos.

Interessante analisar que essa pauta foi debatida, justamente, em um ambiente de pouquíssimo silêncio! O South by Southwest, mais conhecido como SXSW, acontece em Austin, no Texas, e é um dos eventos mais importantes da atualidade, reunindo pessoas do mundo inteiro durante dez dias para debater temas como inovação em mídia, interatividade, comportamento, música e consumo. Com última edição realizada nesta semana, a proposta do SXSW é basicamente transformar o mercado e abrir espaço para grandes pensadores e estudiosos compartilharem suas ideias.

Em meio a inúmeras apresentações e conversas, William Ury trouxe à tona questões um tanto existenciais, mas que são fundamentais para a sustentabilidade das relações, dentro e fora do trabalho. Algo que The Crossroads Collective vem observando à medida que implementa projetos em organizações privadas, públicas e do terceiro setor.

Segundo o especialista, o cerne da questão é entender que o maior obstáculo para conseguirmos o que queremos não é a dificuldade que encontramos nos outros, mas em nós mesmos. “Nossa tendência natural é reagir antes de pensar. Se você deseja influenciar os outros, primeiro precisa acertar as coisas consigo mesmo. A negociação é um jogo que começa internamente. O maior obstáculo na negociação somos nós mesmos”, enfatizou nas reportagens que foram reverberadas em vários países.

No SXSW 2024, Ury explicou três passos para lidar com situações conflituosas, que fazem parte de seu recém-lançado livro, ainda não traduzido em português: “Possible: how to survive (and thrive) in a age of conflict”, que recentemente ganhou uma divulgação espontânea ao ser fotografado nas mãos do presidente norte-americano Joe Biden.

O antropólogo de formação e cofundador do programa de negociação de Harvard afirma que a principal mensagem é não ver o conflito como algo negativo, mas como um processo inteligente – e, muitas vezes, criativo.

“Tendemos a pensar que o conflito é algo negativo, mas faz parte da nossa natureza. E a saída central costuma ter três caminhos: entender, abraçar e transformar, principalmente por meio da criatividade e da colaboração. Precisamos de mais conflitos, e não menos. As melhores decisões geralmente surgem de uma negociação”.

Ury lembrou que vivemos uma era em que as estruturas são mais horizontais na tomada de decisões – ou seja, com mais pessoas envolvidas. É por isso que passamos grande parte de nossas vidas pessoais e profissionais negociando. De forma prática, William Ury apresentou uma espécie de organograma de solução de conflitos, que basicamente traz três pilares fundamentais:

  • O primeiro é o “lugar seguro ou uma visão panorâmica à distância da situação”: estar em um ambiente (ou situação) em que você consiga respirar e olhar, com cautela, tanto o cenário completo quanto os detalhes. “Aumente o zoom para examinar os interesses que estão por trás de suas posições declaradas.”
  • O segundo são as pontes: entender o outro lado e usar esse território como ponto de partida para construir o caminho para onde você quer levar seu interlocutor. “Raramente há conflitos sobre questões superficiais. Descobrir suas motivações mais profundas o ajudará a abordar a negociação de forma mais produtiva.”
  • E o terceiro é exatamente ter uma terceira visão ou contar com uma terceira pessoa que possa receber o conflito, entender melhor ambos os lados e tentar chegar ao meio termo – ou ao melhor termo. “A negociação não acontece apenas em uma mesa. Diminua o zoom para pelo menos duas outras mesas: as negociações internas de ambos os lados.”

São alguns dos métodos nos quais apostamos em nossos processos de aprimoramento de lideranças e fortalecimentos de equipes. Uma das metodologias que adotamos é a TCI – Terapia Comunitária Integrativa, criado pelo Dr. Adalberto Barreto no Brasil, e disseminada em 25 países, é uma técnica de acolhimento e escuta, que nos permite identificar as dores e também as estratégias de superação. O diálogo interno associado a uma postura solidária dentro de grupos, pode nos levar a aprender com os conflitos e tê-los como aliados.

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